quinta-feira, 14 de junho de 2012



- Tenho seguido você
- Quando?
- Desde que me entendo. Queria escutar teu pensamento.
- Estás louca.
- Precisamos terminar.
- É o fim?
- É, não consigo mais viver sem te vasculhar, sem te ler e pensar em todas as traições do mundo.
- A verdade..
- A verdade é que não confio em você. Sei o nome das tuas outras paixões, não sei lidar com o obsessão de  saber se há ou não mentira. Meço as tuas palavras, as tuas frases e o teu olhar.
- Isso é insuportável.
- Me tornei insuportável para mim mesma, mas não consigo evitar. É um vicio te perseguir, me neurar, me matar, me aniquilar em incerteza. Um vicio sadomasoquista. Vou explodir. Partes de mim vão voar nas tuas possíveis mentiras.
- Fraca.
- Franca.' 
- Fácil assim: Quem procura acha.
- Procurei, me senti tentada agora quero morrer.
- Forte e fraca.
- Sem forte só fraca.














Você tem medo de que?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sobre a chuva e David Lynch.


Em Midnight Experience 
A chuva escorre por essa tarde, escorre pela janela, pelas paredes.Desde que meus olhos se abriram para o dia a chuva escorre firme e impetuosa. O som das gotas escorrendo por cada canto, gotas de chuva como gotas de suor. A chuva que desce através da janela parece com o suor que desce lentamente pelo corpo. 

I know, you can't...
 Sing and come baby...playing the game
Sing and come at me
No way you can stay
I know, i know, i know,
I, i, i know 

O dia vai se tornando distante, mas a força do que move a chuva permanece cada vez mais próxima do meu corpo, do meu coração que bate com a força da musica e das gotas que escorrem pelos meus olhos estirados na cama. A proximidade dela é como a proximidade de um corpo. De um bafo gélido na nuca.O que é quente só se sente por dentro, nas entranhas do corpo...

I ,mmmm, see you so alone,
Annnd i, i see you go

Eu preciso ir, mas esse ritmo lento e firme não permite que eu me mova. Diante dos meus olhos o tempo passa quase invisível... O ritmo forte como um passo de quem sabe onde quer chegar. O calor é aqui dentro das entranhas, na mente turvada pelos instintos. A vontade de diluir com a água todo o intelecto e discernimento e ser só desejo e instinto. 

I know I know
Please, let me go






quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Palpitações. Sudorese. Minhas mãos tremem. Eu sei, eu sei porque... Eu sei? Por que? 
( O que eu fiz?) 
Um descuido, um simples gesto prova que a vida é frágil. 
"Enter the void"


Meu coração é frágil? Eu vivo? Eu morro? Eu posso morrer... Morrer é uma possibilidade.



                                             
- Não devia ser assim...     
-Mas como deveria ser então? 


Todos os sonhos e desejos misturados e envoltos de uma leve, porém intensa frustração... Daquilo que não está mais em minhas mãos, pois elas tremem. O ar não mais me pertence. A vida se esvai por entre os dedos.

"Enter the void"







"Enter the void"
É...                                                                                  

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As vezes

Achei confortável ao som de Ray Barbee - A Word Aptly Spoken


As vezes é bom se calar e só contemplar a tempestade. 
O silêncio não é (totalmente) possível...
Mas a tempestade sim. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Na corda.

Na corda. 

Equilibrando os passos tortuosos. 
cronológico? 
Incerto o tempo e a queda. 
Bamba. cai.
(des)equilibra.
Flutua. 
Se perde no chão. 
Nas nuvens.


Cai.
Fim. (?)


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Auto-retrato.


Em meio a um processo narcísico imprimo a mim mesma nessa película, com o desejo de eternizar minha existência efêmera, mas triste e em vão é... Não me imprimo nem me eternizo nesses fotogramas, apenas tardo meu fim, apenas tardo meu desaparecer, meu apagar... Vontade e Potência nessa película, nessa cor, nessa luz que se apagam com o tempo enquanto isso o espaço que agora ocupo se (des)faz e dilui na mais pura abstração. 

É no outro que registro minha existência? Ou é o outro que registra sua existência em mim?



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pulsa.

Bicho, eu fiz ao som disso: Little Dragon - Crystalfilm 
Partindo do principio básico que é a vida... Devo dizer que pulsar é a melhor maneira de se manter vivo, compreende?
 Imagine você...
Uma batida, um som, um passo, um movimento arranhado, dois passos em direções opostas, dois corpos, mãos, pés, uma batida, olhos, braços, orelhas, pescoços, cabelos,figados, estômagos, pulmões.... 
Imagine você...
Uma mão, duas mãos se aproximando lentamente: Pupilas dilatadas. Duas mãos percorrendo seu corpo diante das suas pupilas dilatadas, mãos que se batem, que se agridem, que se amam, mãos que pulsam em direção a diferentes lugares do seu corpo, enquanto suas pupilas observam aquele ardor e aquela sudorose frenética do pulsar do coração.
Imagine você...
Aquele movimento lento e rápido dos dois em direção a mesma batida dessa musica que toca, o sexo oposto ao lado do mesmo sexo.O movimento frenético, rapidez caminhando ao lado da lentidão, o movimento progressivo do sexo ao sexo, o sentir das mãos, dos cabelos, dos pés, dos pescoços, das bocas, da língua, dos estômagos, dos pulmões,da vida que se sussede em um orgasmo.
Imagine você...
O pulsar.