sábado, 9 de maio de 2009

A Arma.

Era um metal polido,Ele refletia,parecia um espelho,seu cano gelado estremecia minha pele,fiquei gelada como ele,era o medo,talvez,que me invadia por dentro,lentamente.
-Fala!
-Falar o quê?!
-Não sei,Fala,palavras talvez...
-Não quero!
Ela pressionou mais o cano no meu rosto,doeu um pouco.O medo continuava a me invadir lentamente,porém com uma brutalidade.Meus pensamentos entraram em colapso,já não sabia mais quem estava segurando a arma,the gun,não sabia se era eu ou se era ela.Ela pressionou mais,senti uma gota de suor escorrer pelo meu braço.Pensei em pedir para ela limpar,mas não ia fazer esse favor.

-acho que ela me odeia,ou talvez nem ligue pra mim,pensei.

Queria entender o sentido daquilo tudo,mas não consegui achar sentido algum.Foi tudo tão banal e rápido,lá estava eu sentada,pensando,ou fingindo que pensava,então de repente ela apareceu,com aquela arma na mão e colocou no meu rosto.Me assustei,achei que ela iria atirar logo,na aquele momento,entende?Mas não,ela ficou parada me olhando,e rindo,rindo pra mim.Porque ela riu?Nem sei.Continuava com medo.

-Ai,não atira por favor,não atira,pensei desesperadamente.

Ela parecia tão calma,chega dava raiva,por que ela continuava tão calma enquanto eu me desesperava?Não sei,talvez porque ela estivesse segurando a arma e não eu.

Ela disse alguma coisa?não ou disse,nem sabia mais.
-Você disse alguma coisa?,perguntei com medo.
-Não,não tenho nada pra te dizer.

Não aguentava mais aquele cano gelado na minha pele,ela pressionando mais,querendo que eu me rendesse,mas sem querer se render também,o suor se multiplicando e escorrendo por todo o meu corpo,que a cada minuto ficava mais imundo de tanto medo,aquele sorriso de vitória dela,não aguentava mais,não aguentava!

-Ai,atira,vai atira!Acaba logo com isso,por favor!Atira,acaba logo com isso!,quis gritar isso,mas não consegui,a voz só saia na minha mente.

Ela olhou novamente nos meus olhos,foi a ultima vez que ela fez isso tão não sinceramente.

-Vai puxa o gatilho,vai!,pensei de novo,gritei no meu pensamento de novo.
-Olha,vou seguir por essa estrada,ta vendo aquela oposta ali?Vai por lá.

Continuei sem emitir um som,silêncio total em mim,já não sentia mais medo,ela havia retirado o cano de mim.Vi ela partindo,o sol distorcia a sua imagem,linda,indo embora.Não sabia que horas eram...se amanhecia ou se entardecia.Me coloquei a andar,tinha muitas coisas ainda para fazer.Queria ter dito tchau,infelizmente não consegui,meu único arrependimento.

2 comentários:

  1. Olá Beth estou visitando este espaço maravilhoso! Parabéns pelo excelente trabalho mostrado aqui. Excelente suas publicações, uma grande contribuição. Feliz e honrado por sua amizade. Acredito aquele que caminha sozinho pode até chegar mais rápido... Porém quem segue acompanhado de um amigo com certeza vai mais longe... Espero sua visita! Encontrar-nos-emos sempre por aqui. Votos de um fim de semana recheado de alegria, muita paz, saúde, brilho, bênçãos, proteção e sucesso. Fique com Deus. Um abraço fraterno.
    Valdemir Reis

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  2. Sinto-me parte desse texto. Achei incrível

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