quinta-feira, 7 de maio de 2009

Canção.

Ela me acordava todas as manhãs com sua doce melodia,suas notas ecoavam em minha mente me tornado mais alegre.Eu a escutava todos os dias,em todos os lugares,quando estava impossibilitada de escutá-la ela tocava em minhas lembranças,vinha cantar minha memória.
Eu precisava dela,era substancial.
Tomava seus 4 minutos e 25 segundos ferozmente para mim.Eles me consumiam com uma rapidez inexplicável.Então a repetia de novo,de novo,de novo....
Era um vicio,meu vicio.
Até tentei outras,mas nenhuma superava ela,nenhuma despertava em mim o que ela,a canção,despertava.
Enfim,sempre voltava para a canção,minha canção.
O tempo passou,passou...e a canção já não fazia minhas manhãs mais tão alegres,não sei...eu acordava,colocava para tocar e ao invés de me deixar feliz,ela pesava,pesava em mim.As suas notas soavam tão diferentes,ela já não era mais a canção que havia conhecido,minha canção.
Me desesperei.
"E agora?O que vou fazer?E se a canção nunca mais tocar para mim?",pensei.Foi quando percebi que a canção havia se cansado de mim,a sua melodia havia mudado porque ela quis assim.
"Não a culpo",refleti
Na verdade a culpa foi minha,não deveria tê-la escutado tanto e tantas vezes.Deveria ter esperado,percebido o real efeito que ela causava em mim.Quis consumir rapidamente seus curtos e frágeis minutos,quis ela só para mim,porém me esqueci que ela era uma canção e como todas as outras canções o seu destino era percorrer o mundo,ser livre,ser escutada por todos.
Não queria esse destino...perdê-la doeu bastante.Hoje,já não a ouço mais,não quero sentir seu peso pesando em mim.
A chamo de "canção",porque não é mais "minha canção".

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